quarta-feira, 10 de junho de 2009

Carne, de Nuno Geraes

Sejamos o lobo, o lobo do homem,
Nos diz contemporâneo Caetano.
Sejamos o lobo, o lobo do homem,
Nova-iorquino, paulistano...
Carioca, Soteropolitano.
Os caducos manuscritos doutrinam:
Os índios são antropófagos.
Novos jornais publicam:
Os brancos matam a carne indígena.
Nós homens nus, nus na cama,
deglutimos a carne humana.
Nós homens nus, nus na cama,
deglutimos a carne humana.
Macho ou fêmea... Fêmea ou fêmea,
Macho ou macho..Rico ou pobre.
Deglutimos a carne humana...
Deglutimos a carne humana.
A cama nova e velha mesa de jantar.
Pêlos e medos no ar, ao Deus dará.
Carne... Carne...
Ossos, meus ódios, ossos.
Pêlos, Selos, zelos, pêlos.
Sejamos o lobo, o lobo do homem...
o lobo do homem

Nenhum comentário: