domingo, 6 de março de 2011

SÃO SÉRGIO E SÃO BACO - OS SANTOS GAYS

Há santos gays? 
Para a história oficial da igreja, 
a pergunta soa como uma 
blasfêmia, 
uma vez que a religião condena 
a homossexualidade. 
Mas há teses de que a igreja 
teve, sim, santos que, 
no seu passado, 
tiveram relações com pessoas 
do mesmo sexo. 
O caso mais famoso é de 
São Sérgio e São Baco, 
que foram mártires no início 
do século 4.
Eles integravam o exército 
do imperador romano 
Maximiano (286-305). 
Era um casal gay respeitado 
pela própria igreja, 
segundo o polêmico e 
premiado livro 
"Cristianismo, Tolerância 
Social e Homossexualidade", 
publicado em 1980 por 
John Boswell (1947-1994), 
historiador da Universidade 
de Yale (EUA).
Defensores da igreja 
acusaram Boswell de forçar 
a barra em seus estudos sobre 
os arquivos históricos da igreja. 
O livro era visto como 
panfletário, ou seja, 
interessava à militância 
homossexual forjar santos gays. 
Quem apoiou o historiador dizia 
que a igreja adulterou os 
arquivos antigos para esconder 
registros sobre a 
homossexualidade dos dois.
O fato é que 
São Sérgio e São Baco 
viraram ícones do movimento gay, 
inspirando artistas. 
Suas imagens servem à defesa 
da união civil entre pessoas do 
mesmo sexo, 
cujas cerimônias são seladas 
com a leitura de uma oração 
que cita os dos dois santos. 
Eles têm até um dia: 7 de outubro.


No começo do século IV, 
na região onde atualmente 
fica a Síria, 
viviam Sérgio de Resapha 
e Baco de Barbalistus, 
considerados um casal 
de amantes. 
Nobres romanos, 
eles tinham altos cargos no exercito do 
imperador César Maximiliano, 
quando então se converteram e se 
tornaram cristãos. 
Entretanto, como o cristianismo era considerado 
uma seita perigosa, 
eles foram denunciados, presos e torturados 
brutalmente para abjurarem a fé cristã 
e voltarem aos deuses romanos. 
Baco morreu logo, mas Sérgio teve de suportar 
intensos sofrimentos ate ser, 
finalmente, decapitado.


O fato de formarem um casal, contudo, 
não representava um problema. 
Segundo Boswell, 
não só a Igreja Católica da 
época acolhia bem os homossexuais 
como também celebrava casamentos entre eles, 
o que perdurou até o século XV.

Igreja de São Sérgio e São Baco, Istambul
Na oração de bênção utilizada na cerimônia são citados os apóstolos Felipe e Bartolomeu, acrescentando outra evidencia à forte tradição (ou lenda), que existe desde o inicio do cristianismo, segundo o qual eles formavam um casal.
Eis a transcrição da oração:

“Ó Senhor, nosso Deus e governante, que fizeste a humanidade à Sua imagem e semelhança, e lhe destes o poder da vida eterna que aprovastes quando seus santos e apóstolos Felipe e Bartolomeu se uniram, juntos em par, pela lei da natureza e pela comunhão do Espirito Santo, e que também aprovastes a união dos seus santos, mártires, Sérgio e Baco, benditos também a estes servidores (…), unidos em casal pela natureza e pela fidelidade. Permita, Senhor, que eles amem um ao outro, sem ódio, e possam continuar juntos sem causar escândalo, todos os dias de suas vidas, com ajuda da Santa Mãe de Deus e de todos os seus Santos, porque Tu és o poder e o reino e a gloria, Pai, Filho e Espírito Santo”.

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